Bem vindos!

“Continuo buscando, re-procurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar e anunciar a novidade”. Paulo Freire

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

REFLEXÃO E AÇÃO

Aqui apresento uma carta, que recebi por email de uma colega do mestrado. Esta carta é a resposta de uma professora da rede estadual de ensino do Paraná à revista VEJA após a reportagem da jornalista Roberta de Abreu Lima “Aula Cronometrada” (clique aqui p/ ver a matéria). O protesto a seguir não contempla somente professores mas a sociedade como um todo afinal a falha que hoje presenciamos no processo de formação de um individuo é um fator social. A responsabilidade de educar um jovem não está na escola e muito menos no professor, mas no tripé família-escola-sociedade.

Há pouco tempo, infelizmente (ou felizmente, pois Deus escreve certo por linhas tortas), me encontro como Profa. de Artes da rede estadual de ensino dando aula para o EJA (Educação de Jovens e Adultos) e vivenciando na pele situações que essa professora menciona em sua carta.

Ensinar deixou de ser tarefa única do professor que agora tem também que ser atração divertida e estimulante para que os alunos se sintam felizes e satisfeitos dentro da escola afastando-os das ruas fazendo com que eles deixem de matar as pessoas lá fora para matar o professor dentro de sala de aula. Aí em época de semana pedagógica a equipe de técnicos juntamente com o (a) diretor(a) da escola fazem, com a maior cara de pau, a retrospectiva positiva e estonteante dos fatos ocorridos ao longo do ano anterior enaltecendo sempre os bons feitos que em sua maioria aconteceram não por causa de atividades planejadas pela escola mas pelo talento e habilidade adquiridos pelos alunos, em suas experiências externas. Ou seja, o ensino de um modo geral, mas principalmente o público, dificilmente sustenta atividades culturais que de fato estimulem os alunos a estudar. As atividades que existem são meramente para cumprir plano de calendário programado no início do ano. E por falar em estímulo, o foco nessas reuniões pedagógicas sempre é o bem estar dos alunos, enquanto que a equipe de professores, desestimulada e por tantas vezes vitimada pela indisciplina dessa clientela, fica à margem restando apenas os olhares tortos dos pedagogos e da sociedade que acham sempre que o professor não faz o suficiente em sala de aula, são despreparados e “incapazes” de prender a atenção do aluno com aulas motivadoras, são um bando de preguiçosos pois só vivem fazendo greve e por isso acabam engessando o sistema educacional.

Enquanto isso o Estado vende a falsa idéia de que está cumprindo seu dever quando diz que o número de emissão de certificados de nivel médio aumenta a cada ano e portanto o índice de analfabetos está diminuindo.


Elane Queiroz

Artista gráfica com muito orgulho e

Prof. da SEDUC-PA, com muita vergonha e pesar.


RESPOSTA À REVISTA VEJA


Data: 15 de novembro de 2010 22:25

Assunto: Carta de professora (Resposta a revista Veja)

Para:

Carta escrita por uma professora que trabalha no Colégio Estadual Mesquita, à revista Veja.


A Educação não é obra de solista: ou se orquestra ou não ocorre. Sou professora do Estado do Paraná e fiquei indignada com a reportagem da jornalista Roberta de Abreu Lima “Aula Cronometrada”. É com grande pesar que vejo quão distante estão seus argumentos sobre as causas do mau desempenho escolar com as VERDADEIRAS razões que geram este panorama desalentador. Não há necessidade de cronômetros, nem de especialistas para diagnosticar as falhas da educação. Há necessidade de todos os que pensam que os professores é que são incapazes de atrair a atenção de alunos repletos de estímulos e inseridos na era digital, entrem numa sala de aula e observem a realidade brasileira. Que alunos são esses “repletos de estímulos” que muitas vezes não têm o que comer em suas casas quanto mais inseridos na era digital? Em que pais de famílias oriundas da pobreza trabalham tanto que não têm como acompanhar os filhos em suas atividades escolares, e pior, em orientá-los para a vida? Isso sem falar nas famílias impregnadas pelas drogas e destruídas pela ignorância e violência, causas essas que, infelizmente, são trazidas para dentro da maioria das escolas brasileiras. Está na hora dos professores se rebelarem contra as acusações que lhes são impostas. Problemas da sociedade deverão ser resolvidos pela sociedade e não somente pela escola.

Não gosto de comparar épocas, mas quando penso na minha infância, onde pai e mãe, tios e avós estavam presentes e onde era inadmissível faltar com o respeito aos mais velhos, quanto mais aos professores e não cumprir as obrigações fossem escolares ou simplesmente caseiras, faço comparações com os alunos de hoje “repletos de estímulos”. Estímulos de quê? De passar o dia na rua, não fazer as tarefas, ficar em frente ao computador, alguns até altas horas da noite, (quando o têm), brincando no Orkut, ou o que é ainda pior, envolvidos nas drogas. Sem disciplina seguem perdidos na vida. Realmente, nada está bom. Porque o que essas crianças e jovens procuram é amor, atenção, orientação e disciplina. Rememorando, o que tínhamos nós, os mais velhos, há uns anos atrás de estímulos? Simplesmente: responsabilidade, esperança, alegria. Esperança que, se estudássemos, teríamos uma profissão, seríamos realizados na vida. Hoje, os jovens constatam que, se venderem drogas, vão ganhar mais.

Para quê o estudo? Por que numa época com tantos estímulos não vemos olhos brilhantes nos jovens? Quem, dos mais velhos, não lembra a emoção de somente brincar com os amigos, de ir aos piqueniques, subir em árvores? E, nas aulas, havia respeito, amor pela pátria. Cantávamos o hino nacional diariamente, tínhamos aulas “chatas” só na lousa e sabíamos ler, escrever e fazer contas com fluência. Se não soubéssemos não iríamos para a 5ª. Série. Precisávamos passar pelo terrível, mas eficiente, exame de admissão. E tínhamos motivação para isso. Hoje, professores “incapazes” dão aulas na lousa, levam filmes,trabalham com tecnologia, trazem livros de literatura juvenil para leitura em sala-de-aula (o que às vezes resulta em uma revolução), levam alunos à biblioteca e a outros locais educativos (benza, Deus, só os mais corajosos!) e, algumas escolas públicas onde a renda dos pais comporta, até passeios interessantes, planejados minuciosamente, como ir ao Beto Carrero. E, mesmo, assim, a indisciplina está presente, nada está bom. Além disso, esses mesmos professores “incapazes”, elaboram atividades escolares como provas, planejamentos, correções nos fins-de-semana, tudo sem remuneração.

Todos os profissionais têm direito a um intervalo que não é cronometrado quando estão cansados. Professores têm 10 minutos de intervalo, quando têm de escolher entre ir ao banheiro ou tomar às pressas o cafezinho. Todos os profissionais têm direito ao vale alimentação, professor tem que se sujeitar a um lanchinho, pago do próprio bolso, mesmo que trabalhe 40h semanais. E a saúde? É a única profissão que conheço que, embora apresente atestado médico, tem que repor as aulas. Plano de saúde? Muito precário.Há de se pensar, então, que são bem remunerados... Mera ilusão!

Por isso, cada vez vemos menos profissionais nessa área, só permanecem os que realmente gostam de ensinar, os que estão aposentando-se e estão perplexos com as mudanças havidas no ensino nos últimos tempos e os que aguardam uma chance de “cair fora”. Todos devem ter vocação para Irmã Dulce, porque por mais que esforcem-se em ministrar boas aulas, ainda ouvem alunos chamá-los de “vaca”, “puta”, “gordos , “velhos”, entre outras coisas. Como isso é motivante e temos ainda que ter forças para motivar. Mas, ainda não é tão grave.

Temos notícias, dia-a-dia, até de agressões a professores por alunos. Futuramente, esses mesmos alunos, talvez agridam seus pais e familiares.

Lembro de um artigo lido, na revista Veja, de Cláudio de Moura Castro, que dizia que um país sucumbe quando o grau de incivilidade de seus cidadãos ultrapassa um certo limite. E acho que esse grau já ultrapassou. Chega de passar alunos que não merecem. Assim, nunca vão saber porque devem estudar e comportar-se na sala de aula; se passam sem estudar mesmo, diante de tantas chances, e com indisciplina... E isso é um crime! Vão passando série após série, e não sabem escrever nem fazer contas simples. Depois a sociedade nos exclui, porque não passa a mão na cabeça. Ela é cruel e eles já são adultos.

Por que os alunos do Japão estudam? Por que há cronômetros? Os professores são mais capacitados? Talvez, mas o mais importante é porque há disciplina. E é isso que precisamos e não de cronômetros. Lembrando: o professor estadual só percorre sua íngreme carreira mediante cursos, capacitações que são realizadas, preferencialmente aos sábados. Portanto, a grande maioria dos professores está constantemente estudando e aprimorando-se. Em vez de cronômetros, precisamos de carteiras escolares, livros, materiais, quadras-esportivas cobertas (um luxo para a grande maioria de nossas escolas), e de lousas, sim, em melhores condições e em maior quantidade.

Existem muitos colégios nesse Brasil afora que nem cadeiras possuem para os alunos sentarem. E é essa a nossa realidade! E, precisamos, também, urgentemente, de educação para que tudo que for fornecido ao aluno não seja destruído por ele mesmo.

Em plena era digital, os professores ainda são obrigados a preencher os tais livros de chamada, à mão: sem erros, nem borrões (ô, coisa arcaica!), e ainda assim se ouve falar em cronômetros. Francamente!!! Passou da hora de todos abrirem os olhos e fazerem algo para evitar uma calamidade no país, futuramente.

Os professores não são culpados de uma sociedade incivilizada e de banditismo, e finalmente, se os professores até agora não responderam a todas as acusações de serem despreparados e “incapazes” de prender a atenção do aluno com aulas motivadoras é porque não tiveram TEMPO. Responder a essa reportagem custou-me metade do meu domingo, e duas turmas sem as provas corrigidas.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Caminhada 2010_Escola Maria Araujo Figueiredo

Todo ano a Escola Maria Araújo Figueiredo realiza uma caminhada afim de envolver alunos e fincionários em um processo de conscientização da comunidade local a respeito de algum tema. Esse ano o tema não poderia ser diferente: eleições 2010. Fomos às ruas com trio elétrico, faixas e cartazes produzidos pelos próprios alunos em sala de aula com direito à apresentação de teatral durante o trajeto, encenada também pelos proprios alunos. As fotos abaixo mostram um pouco desse momento. São meus alunos do EJA das turmas 101,103 e 1001. Infelizmente nem todas as turmas da noite puderam estar presente, pois a maioria dos alunos trabalham. Mas quem pode ir contribuiu para uma bonita caminhada. Confira.

Para ampliar as imagens, clique em cima.
Turma 1001

Criatividade com as charges denunciando situações típicas do
período de campanha eleitoral, como por exemplo a compra do voto.

Turmas 101 e 103

Pausa para o lanche.



quinta-feira, 8 de julho de 2010

Elementos básicos da cominicação visual

“A leitura de mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica na leitura daquela” (Paulo Freire)

A leitura ou o ato de ler é muito mais do que apenas identificar os códigos de escrita. O “leitor” em seu dia-a-dia vai muito além da leitura das palavras, frases e sentenças que um texto escrito apresenta. O exercício da “leitura” da escrita faz com que ele se aproprie e aprimore a capacidade de “ler” outros “textos” e “contextos”, como uma obra de arte ou o ambiente em que vive, por exemplo. Para a “leitura” do mundo contemporâneo é preciso também adquirir a capacidade de se ter um olhar atento à velocidade das informações e às múltiplas facetas que o mundo apresenta e representa, de modo a poder interpretá-las.
Os trabalhos aqui demonstrados, são resultados das aulas sobre elementos básicos da comunicação visual. Pedi aos alunos que escolhessem uma imagem do cotidiano, podendo ser cartazes publicitários, fotos tiradas de revistas, jornais ou até mesmo produções fotográficas pessoais, para fazerem uma releitura dessa imagem usando apenas as formas básicas – quadrado e/ou círculo e/ou triângulo. Ao final de cada produção, os trabalhos foram socializados em classe.



Dupla: Elielton e Kennedy
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Equipe: Alfredo, Suziane, Maria Nilza
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Equipe:Dheferson, Diego, Luciclei, Luiz Carlos
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Dupla: Olívia e Magno
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Equipe: Ana Claudia, Elizângel, Marília, Miqueline e maria de Lourdes
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Equipe: Claudia Cristina, Adriam, Maria Aparecedida, Maria Rafaela
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Equipe: Elizete, Lidiane, Maria Graciete, Rosângela
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Wendi Monique
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Dupla: Raimundo e Reinaldo
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Dupla: Erick Patrick e Daniele